A Confraria do Armazém voltou para casa. Estabelecida desde 2003 no mesmo local, passou o fim de ano sem teto para permitir algumas reformas no imóvel, que finalmente foram apresentadas no encontro mensal de fevereiro. A começar pela enorme vitrine de vidro na parede divisória entre o salão e a cozinha, permitindo o acompanhamento externo das atividades dos cozinheiros de cada ocasião. O novo salão agora dispõe de um aconchegante bar, enquanto a nova cozinha ganhou uma nova churrasqueira, em torno da qual se estabeleceu o cardápio para tão importante reencontro.
Os acepipes chegaram quando as brigadas se estabeleciam na cozinha. E de tal forma desapareceram que não foi possível registrar as fotos, por exemplo, da Terrine de cebolas roxas, frutas secas e especiarias ao creme roquefort, uma das especialidades do confrade Claudio Stringari. Mas nossa equipe de pesquisas foi fundo e encontrou uma foto do prato em um dos jantares anteriores (setembro de 2008), permitindo o registro visual de tal iguaria.
A entrada ficou por conta de Aldo Silvano, uma Salada de folhas com fígados salteados e pinólis tostados, com um toque final de flor de sal e água na boca.
O prato principal exigiu o primeiro teste da nova churrasqueira. Junior Durski trouxe umas irresistíveis Costeletas de cordeiro e a mesma lenha (de bracatinga) que utiliza em seu restaurante (Madero) para fazer o fogo e grelhar as peças, temperada com sal, pimenta e ervas.
Para acompanhar, este escriba que vos escreve preparou um Feijão branco quase à bretanne, com algumas pequenas variações da receita original francesa (especialmente a lingüiça e o bacon vindos diretamente da produção do Durski), mas com o básico da cebola refogada, deglaçada com vinho branco e o toque final dos tomates apenas para esquentar, sem desmanchar.
O vinho foi um Haura 2005 (Dubourdieu).
A sobremesa só não foi um perfeito Semifredo de frutas silvestres preparado por Claudio Stringari porque o freezer do novo espaço da confraria não colaborou (nem tudo é perfeito) e decidiu fazer "operação padrão", negando-se a gelar no tempo imaginado. Mesmo assim, com a adaptação, fechamos a noite com uma, digamos, Musse com calda de frutas silvestres. Para acompanhar, um Madeira Justino 10 anos.
E todos ficaram felizes e satisfeitos. Já imaginando o que virá no encontro desse mês de março.
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