Equipe do Tanabata, João Pessoa. |
Acabo de chegar de dez dias no Nordeste, onde fui pra fazer o que sei – cozinhar e transmitir um pouco do que aprendi. Comecei por João Pessoa, onde fui convidada por uma dupla formada por uma apaixonada por gastronomia e por um proprietário de restaurantes para fazer um jantar em uma de suas casas. A cidade é calma, tem praias lindas e as pessoas são super hospitaleiras. Chegando ao Tanabata, restaurante onde fui fazer o jantar, encontrei uma cozinha bem masculina.
No primeiro momento, todos me olhando curiosos - afinal o que uma louca de lenço colorido na cabeça veio fazer aqui? Muito bem, mãos à obra. O chef de lá, Alex, um rapaz novo e cheio de vontade de aprender, começou junto comigo um dia antes o pré-preparo e, aos poucos, aqueles moços todos, que no começo estavam de cara amarrada, começaram a sorrir e compartilhar. Pinças iam de mão em mão e flores delicadas eram por eles manuseadas. Não preciso dizer que amei e eles todos, nos divertimos preparando o jantar e no dia tudo saiu exatamente como eu havia planejado. Alex aprendeu a desenhar os pratos, a usar as pinças e, o principal, todos juntos exercitamos a generosidade, ponto de partida para os que amam os fogões. Tive o apoio fantástico de um buffet onde fui dar aula de finger food e onde fiz todos os chips, pois o restaurante não dispunha de forno combinado. A aula também foi fantástica e produtiva. Adriana Mirante, minha anfitriã, foi de uma delicadeza sem tamanho. Tudo correu perfeitamente.
Alunos da Faculdade Boa Viagem. |
Malas prontas e Thermomix embalado, lá vou eu rumo a Salvador. Lá me encontrei com Luana Budel, minha sócia no Abobrinhas Labaki, e, juntamente com Elibia Portela e um estudante de gastronomia na Austrália Lucius Gardenzi, fizemos um jantar no restaurante Amado, do não menos amado Edinho Engel. Começo dizendo que o restaurante é um show, lindo, bem decorado, com uma cozinha fantástica e uma equipe que não tenho nem palavras para descrever. Fomos recebidas de braços abertos e sorrisos largos. E, claro, começamos logo a trabalhar.
O jantar tinha nove marchas de pratos e, do total, seis eram meus e de Luana. Casa cheia, com 160 convidados, só posso dizer que foi tudo redondo, no tempo, na forma que queríamos e com alguns ingredientes locais que incluímos de última hora, como a espuma de umbu, que fiz para acompanhar um file aromático. O lucro do jantar foi integralmente revertido para a Naspec , uma casa que cuida de pacientes com câncer e que necessita de muita ajuda.
Ainda em Salvador, dei uma aula na Faculdade Rui Barbosa, a convite de Jorge Miguel, para uma turma encantadora, pessoas que espero que façam parte de minha vida de agora em diante e que nos deram também total apoio em encontrar alguns itens para o jantar. Luan Moura, um querido, nos ajudou na cozinha e também em todo o pré-preparo.
Agora estou aqui, dentro do avião, voltando para casa, louca de saudade da Carolina e do Philipe, meus filhos amados. Semana que vem quero falar de alguns ingredientes que usei nos jantares. Sei que falei muito, mas é difícil me controlar quando falo do que amo.
Paula Labaki
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