domingo, 7 de novembro de 2010

Um saboroso almoço de domingo

Manga grelhada com tapenade de azeitonas e figos secos com calda de maracujá.
Já fazia um bom tempo que a turma aqui de casa não sabia o que era um domingo pleno, sem qualquer compromisso profissional, sem qualquer entrave.
Pois hoje foi assim e aí decidimos preparar um cardápio completo para comemorar o grande e preguiçoso dia. Vou lendo blogs e páginas e sites e aí quando algo me interessa, seleciono e guardo. O que tínhamos em mente era fazer um almoço tendo o haddock como base (coincidentemente fui ver nos arquivos do blog e na minha folga domingueira de fevereiro também fiz haddock, que coisa!).
Então, nosso cardápio foi montado e de entrada decidimos fazer Manga grelhada com tapenade de azeitonas e figos secos com calda de maracujá, criada pela Rê Gallo para comemorar os quatro anos do Frango com Banana, que ela e a Fran Jubran fazem com tanto carinho. Ficou muito interessante, embora a tapenade tenha ficado um pouco (mas nada comprometedor) salgada, o que seria de se esperar para combinação de anchovas, azeitonas e alcaparras. O genial da coisa é o toque de figo seco. Esse é o diferencial. A combinação da manga grelhada ao natural com a calda de maracujá também é das mais intrigantes. Nada poderia começar melhor.

O prato principal, como disse, seria o haddock. Difícil encontrar o verdadeiro por aqui, só pedindo para alguém trazer de São Paulo. Faz uma diferença, mas se você não tiver o escocês à mão, bem que dá pra se virar com o chileno (que, pra começar, nem é adoque, invariavelmente é anchova sob o mesmo processo). Quando expliquei a receita ao Carlos Feliz, na Decanter, ele me indicou um espanhol de categoria para harmonizar com o sabor acentuado do peixe e a consistência do creme gratinado: um rioja, Amaren 2008, daqueles raros brancos fermentados em barril.

Matou a pau, não poderia ter sido melhor.
Haddock com molho de açafrão de amêndoas.

Na execução do Haddock com molho de açafrão de amêndoas mexi um pouco na receita original, que, sinceramente, não me lembro de quem peguei. Fiz uma porção para dois (reduzi para ¼, portanto), mas fiz o molho branco praticamente perto da versão original. Ficou bem interessante, belo companheiro para o vinho.

A sobremesa veio das tantas tuitadas gastronômicas que a gente dá no dia-a-dia. Meses atrás a chef Paula Labaki postou a receita em seu blog. Arquivei e sabia que seria útil algum dia. Pois o dia chegou, tirei com ela algumas dúvidas via tuíter e fui à luta. Com uma única alteração, a troca do vinho do Porto por um Jerez. Questão prática, Porto já não tinha mais em casa, Jerez tinha acabado de comprar para fazer um Pâté de campagne (experimentação de alho negro para fazer a entrada do jantar da Confraria) e como são vinhos fortificados, mais ou menos fronteiriços, achei que não teria muita diferença. Não sei como fica com o Porto, mas o que fizemos aqui ficou uma delícia: Creme de limão siciliano com morangos assados ao Jerez.
Creme de limão siciliano com morangos assados ao Jerez.

E foi assim que passamos mais um domingo feliz por aqui. Melhor, impossível.

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