Sou fã de carteirinha da jovem chef Manu Buffara. Tanto que fui um dos entusiastas dos seus primeiros dias à frente da cozinha do Hotel Rayon, por trazer a Curitiba a cozinha do inusitado, da surpresa a cada mordida, a cada textura. Lembro-me do que escrevi, naqueles meados de 2007 para a coluna Paladar, que assinava no jornal O Estado do Paraná: "A cozinha de pernas par ao ar" (tem o link aqui, mas infelizmente mexeram no site e não saem as ilustrações). Ela tinha apenas 24 anos e de pronto foi lançada a concorrer como chef revelação no concurso dos melhores do ano da revista Gula (ainda sob a antiga direção), a relação dos melhores mais aguardada a cada ano no mundo gastronômico.
Voltou a ser assunto no ano passado, quando recebeu os integrantes da Confraria do Armazém para um jantar inesquecível, também registrado por este escrevinhador que vos escreve (aqui).
Mas dali uns tempos deixou o comando da cozinha do hotel, passou a dedicar-se mais às aulas que dá no Centro Europeu e começou a amadurecer o projeto de sua própria casa, a princípio para ser inaugurada agora por esses dias. Mas houve algum atraso nas obras de reforma do imóvel (vai funcionar onde era o Restaurante At Home, no Batel) e nossa ansiedade teve de ser contida por mais algum tempo. Pelo menos até janeiro, quando começará a funcionar o Manu, o trampolim decisivo para consolidar o nome dessa talentosa cozinheira entre os mais criativos chefes de cozinha do rol brasileiro.
De acordo com Manu, o projeto foi inspirado em restaurantes que ela conheceu nos últimos anos, entre eles o dinamarquês Noma (eleito recentemente pela revista "Restaurant" como o melhor restaurante do mundo), onde teve a oportunidade de cozinhar ao lado do chef Rene Redzepi; e o restaurante Le Chateubriand, de Paris. Estes dois empreendimentos transformam ingredientes simples em alta gastronomia. "É fácil trabalhar com o mignon grelhado e vende-lo como alta gastronomia. Difícil é fazer o mesmo, por exemplo, com o cupim e com o chuchu", costuma dizer a chef curitibana.
Outro diferencial do Restaurante Manu ficará por conta da utilização de alimentos orgânicos, prática defendida por ela desde o início de sua carreira.
Acho que o tempo passa depressa e daqui a pouco chega janeiro, trazendo toda a expectativa positiva pelo que Manu Buffara irá nos apresentar. Mas que a curiosidade está aguçada, isto está.
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