Uma conversa saborosa com quem aprecia as boas coisas do pecado da gula. Jornalista esportivo e chegado às coisas do fogão.
sábado, 15 de maio de 2010
Uma noite no Marcolini
Fabiano Marcolini sempre foi um chef acima do bem e do mal. Tem o toque de Midas, faz tudo dar certo, com o talento de quem sabe o que fazer na cozinha. O único problema de seu restaurante era o serviço. Não foram poucas as vezes que as pessoas saíam insatisfeitas com o resultado geral, fosse pela demora do atendimento, fosse pela falta de uma ou outra providência.
Pois agora, felizmente, seus problemas terminaram. O serviço atento e ágil faz da Villa Marcolini um dos principais pontos da gastronomia curitibana. Com sobras. Claro que nem tudo é perfeito, pois o vinho que pedimos não estava mais disponível – "a moça vendeu os três últimos no balcão e não nos avisou", correu para explicar o maitre. Era pra ter sido um pinot noir francês (infelizmente não registrei o nome), mas por sugestão do maitre trocamos por um Côtes Du Rhône Parallèle 45 2007 de Paul Jaboulet Ainé. Não comprometeu. Mas, tirando isso, a noite foi compensadora.
A começar pelo couvert, com pães irresistíveis do eficiente padeiro Marcolini. Daqueles de se desmanchar na boca, escoltados por uma manteiga de qualidade. Se bobear é de se ficar só ali, triscando um pãozinho, com jeito a paciência.
Mas como abrir mão das ofertas do jantar? Das entradas propostas, optamos por duas opções – uma para cada um, evidentemente. Ela pela sopa do dia. Qual é? Minestrone. Completíssima, com batata, mandioquinha, brócolis, cogumelos, abobrinha, couve-flor, tomate, pancetta e penne, entre outros ingredientes.
De minha parte, um "Mini carciofi alla milanese com aglio e mosto d'oliva Toscano, formaggio emmenthal" R$ 19,00 – pequenas alcachofras à milanesa, servidas com alho e mosto de azeite de oliva, com fatias de queijo emmenthal. Três fatias, poderiam ser duas. O alho dá uma quebrada no vinho, mas o resultado final é interessante.
Pratos principais. Fiz um esforço mental e consegui me livrar de pedir o ossobuco – é o melhor que conheço. Mas também não posso ficar na mesmice, por mais compensador que seja. Quando vejo opções indicadas pelo chef ou preferidas por ele ou nominadas por ele, peço no escuro. Sendo assim, "Risotto dello Chef Marcolini" – R$ 32,00. O mais interessante de tudo é a combinação do arroz arbóreo com o feijão fradinho. Discreto, mas aparecendo aqui e ali para dar um toque de sabor. O cardápio explicava "cogumelos frescos e ragu de ossobuco". Quanto ao ragu, tudo bem, mas os cogumelos eram reidratados. Bons, muito bons. Mas não eram frescos, como dizia no texto.
Graça optou por "Ravioli de vitela, sughi di pomodori e vino rosso, finalizzato con asparagi" – R$ 42,00. Gostou muito, o molho com tomates pedaçudos e bem longe de se desmancharem facilmente. A surpresa foi uma inesperada profusão de cogumelos no molho. Shiitake, shimeji e Paris, em pedaços, completando o sabor dos tomates e aspargos. Interessantes, mas chegados de surpresa. E se ela não gostasse de cogumelos?
De sobremesa, para fugir dos brulées, tiramisus e petit gâteaux, optamos por "Babà in sciroppo profumato e gelato di prugne" – R$ 15,00. Uma Baba ao rum, em calda perfumada com sorvete de ameixa.
Foi bom, valeu pela noite.
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