sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um ano de Vindouro


O bistrô Vindouro está completando um ano essa semana. Com direito a muita comemoração para a advogada e gourmet Silvana Fetter e o sommelier Eliseu Fernandes, os sócios da casa. O restaurante se firmou como um dos mais conceituados de Curitiba, a cozinha do chef Alain Uzan junta qualidade, inspiração e criatividade e o resultado é casa cheia praticamente todos os dias da semana.
(Na foto, Silvana Fetter, Alain Uzan e Eliseu Fernandes)


Não teria sido diferente, pois, nessa sexta-feira, quando lá estivemos – reserva para dois. Sem reserva, portanto, nenhuma chance. Todas as mesas ocupadas logo cedo, com chance de uma virada para a turma que prefere a ceia lá perto da meia noite. Fomos recebidos à mesa por copos de espumante rosé e espetinhos de morango – para celebrar o aniversário da casa, explica a garçonete. O couvert apresentou uma cestinha de pães (as torradas destoaram, não estavam crocantes) com manteiga temperada, patê e azeite de oliva.
Pedimos as ostras de entrada. Impossível ir ao Vindouro e não se deixar seduzir pelas Ostras à griffe do chef (R$ 28), aquelas gratinadas na medida, com o suave molho cremoso. 



Enquanto isso, no balde de gelo, um interessante chardonnay sul-africano, Avondale Reserva 2007 (R$ 55), aguardando os pratos principais que estariam por vir. O peixe do dia era o robalinho, que se deu muito bem no Pescado do dia com vôngoles ao molho cremoso e ovas de capellin (R$45). O filé grelhado – com o couro - veio sobre um leito de legumes (endívia, abobrinha e pimentão se destacando) salteados e acompanhado do delicado creme com os pequenos vôngoles. Só faltaram as ovas de capellin anunciadas no cardápio, mas teriam mais efeito na decoração do que no sabor, irrepreensível.



À essa altura os garçons – poucos para o movimento intenso – já se atrapalhavam um pouco na correria e havia uma certa morosidade na reposição das bebidas. Nada comprometedor, mas o serviço teria de ser mais atento. Afinal de contas, casa cheia é o que todo mundo quer ter. 
O ponto alto da noite foram as vieiras. Ainda que pequenas (tanto quanto as ostras da entrada), longe de serem aqueles fantásticos scallops da costa canadense. Vieiras salteadas com pleurotes, abobrinhas, pignoles e azeite de gergelim (R$ 59) – suaves no sabor, na textura correta e com acompanhamento na medida para completar o paladar. 

Fechando a noite, Petit gâteau de goiaba com sorvete - com tiras de queijo coalho grelhados com calda de frutas vermelhas - escoltado por um cálice de Madeira Justino 10 anos.

Foi uma noite interessante. A comida do parisiense Alain Uzan não tem erro, especialmente nos frutos do mar, sua especialidade. Faz cozinha simples, não afetada, que ressalta o sabor dos ingredientes e deixa aquele sotaque francês na imaginação de cada um. E no Vindouro vem sendo bem executada também em sua ausência, já que passa a maior parte do tempo no seu Felix Bistrot, na Granja Viana, em São Paulo.
Parabéns, feliz aniversário!


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