quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

E não é que fui ao rodízio?



Não chega a ser aversão, mas não me dou bem com rodízios. Não gosto, acho que contribuem para a queda da qualidade na comida, pois a proposta ali é servir aos glutões, que mais se importam com a quantidade do que com a qualidade. Imagine um abominável rodízio de pizza. Você acha que o restaurante vai utilizar mussarela de primeira, tomates italianos, ingredientes diferenciados? Não vai. Não para contentar bocas que só querem saber de mais e mais. Se não fosse por outras razões também, somente por essa eu estou fora. Rodízio de pizza não me pega.
Quando é de carne de vez em quando tenho umas recaídas. Mas, na essência, não aprecio. É que não sou dos maiores comilões e normalmente me sinto pagando as contas dos outros quando fecho a minha. Vou a uma churrascaria para comer carne e não para me entupir de massas, sushis, queijos, salmão e outros complementos que concorrem diretamente – e que pesam no cálculo final das despesas. Por isso prefiro o sistema à la carte. Você escolhe uma salada, a carne e algum complemento e pronto. Paga por aquilo e nada mais
Não foi pensando assim que na terça-feira gorda (dia sugestivo para ir a uma churrascaria) fomos almoçar na Tropilha Grill. Já haviam me falado muito bem e até ganhou votos dos jurados da Vejinha. Fiquei bem impressionado logo de chofre, passando pela mesa de frios e observando que havia basicamente saladas e não aqueles entulhos todos que se costuma servir por aí. À mesa já vem um garçom alegre (todos são assim, jovens e alegres) oferecendo uma caipirinha que ele bate tipo coquetel. Não, obrigado – teria de ir ao jornal depois, não daria certo.
Pegamos algumas saladas (falta salada de cebola, não consigo imaginar churrascaria sem salada de cebola ou de agrião – essa tinha) e abrimos o sinal verde para as carnes. Abrimos e fechamos em seguida, pois aí vêm quase todos de uma vez, oferecendo a gama de carnes da casa (acho que deveria haver um treinamento nesse sentido, orientando para o garçom passar meio ao largo ao observar o prato do cliente ainda cheio). Boa surpresa, carnes macias e suculentas como havia muito não comíamos em tal variedade. Especialmente picanha, paleta de cordeiro, costela e o leitão pururuca. Eles se orgulham de dizer que têm 17 variedades de carnes, mas algumas, como frango, fraldinha na mostarda e outras não me atraem. Mas o que veio estava bom, exceto pelo filé argentino, um nível abaixo. O rapaz das massas bem que tentou, mas no primeiro prato que ofereceu ouviu que não estávamos interessados em massas, apenas em carnes. Não voltou mais, compreendeu e assentiu.
Por falar nisso, o que me impressionou muito bem foi o serviço. Garçons espertos, ligadíssimos, jamais permitindo copo vazio à mesa. Todos jovens, pouco acima dos 20 anos. Contou-me o Agostinho, o proprietário, serem todos do interior, que moram juntos em local administrado pela churrascaria e que são submetidos a treinamentos regulares e frequentes. Com ótimos resultados, a gurizada dá mesmo conta do recado.
Havia ainda um carrinho de sobremesas (cobradas à parte, como os coquetéis da abertura), que dispensamos. O cafezinho também é pago, mas aí se garante a qualidade do produto. Há uma razoável carta de vinhos e uma variação de quatro ou cinco cervejas (todas comuns, pilseners, nenhuma mais encorpada). O preço por pessoa é R$ 34,00.

Os proprietários tem outras churrascarias em Florianópolis, Joinville e mesmo em Curitiba, a Chimarrão, na mesma rua.
Tropilha Grill
Rua Emiliano Perneta, 700 – Centro (Curitiba)
Fone: (41) 3985-5444
Site: www.chimarraochurrascaria.com.br

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