sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dias encantados em Ipiabas (A coluna de Paula Labaki)


Polenta de milho de pipoca com galinha D’angola em lascas e crocante de castanhas e talos.
Há uns 30 dias recebi um e-mail do chef Márcio Moraes, me convidando para um Festival em Ipiabas, o I Festival de Gastronomia de Ipiabas, interior do Rio de Janeiro, onde no inicio do século estavam as fazendas de café e seus Barões.
Vi a data e pensei: aperto daqui e dali e vou. Aceitei.
O grupo de cozinheiros foi se formando e eu adorando ver os nomes que apareciam. Amigos queridos, como Guga Rocha, Cássio Prados, Ignacio Brizzi, Célia Rabelo e outros que conhecia apenas de nome.
Ligação e mais e-mails e mensagens e tudo alinhado. Resolvi meu cardápio para a aula e como havia acabado de voltar de Recife quando o convite apareceu, decidi fazer Galinha D’angola e logicamente fiz um pedido para Aves do Campo de Recife, que me enviou de avião as lindas pintadinhas. Mais ligações e a carona estava definida. Guga e eu pegamos uma carona com Cássio e Ignacio.
Chegou a sexta feira da ida. Posso dizer que no caminho ri tanto que cheguei com dor de estômago. E na chegada a busca pela nossa Pousada Chapadão foi motivo de mais muita risada, pois conseguimos andar em círculos numa cidade minúscula e não encontrar a pousada.
Depois da chegada o grupo começou a se reunir. Além dos que já citei, outros se juntaram a nós: Barão (não o dos cafezais e sim o do Barão Gastronomia), João Belezia, Marcie Pinchimel, Márcia Pedrosa e mais pessoas deliciosas de se conviver. O festival era em um casarão do inicio do século, um lugar de sonhos.
Nossa estada começou com um almoço delicioso regado a trutas e seguiu com uma visita à Fazenda Florença, onde me vi na Beira Alta (fazenda onde fui criada). O Brunch que nos foi servido foi uma das delícias da viajem. Duas mesas enormes dispostas lado a lado, uma de comida da senzala e a outra com a comida da Casa Grande. Um espetáculo de cores, aromas e sabores. Saí encantada e o proprietário, o Sr. Paulo, uma verdadeira enciclopédia viva da história da região.
Mas o primeiro dia não acabaria ai, não. Ainda tinha o show do Zé Ramalho (que eu amo). A noite foi de muita festa, o show foi iluminado, cantamos, dançamos e nos divertimos como fazia tempo não acontecia – e, olha, pelo tanto que nós cozinheiros trabalhamos, merecemos isso às vezes.
No sábado, minha aula era a primeira e lá fui eu, com tudo organizado e meu fiel escudeiro, o Thermomix, ao lado. Meu prato foi uma Polenta de milho de pipoca com galinha D’angola em lascas e crocante de castanhas e talos. Fiz a polenta partindo do milho em grão. Foi muito legal e eu fiquei super feliz com o resultado. Durante o restante do dia os amigos foram dando suas aulas e uns ajudando os outros. O clima era de festa e harmonia, lindo!
Devo confessar que fazia anos que não me sentia tão feliz e à vontade com pessoas tão queridas.
Cada um com um prato e um estilo diferente, o que só enriquecia o evento. Barão fez um Jacaré maravilhoso, Cássio deu uma super aula de Molecular, Ignacio apresentou técnicas, Márcia e sua comida de Goiás, Belezia com pequenas delicias, Célia com o seu famoso Pacupizza (que virou hit e agora até pensamos em montar uma Pacupizzeria)
Queria agradecer ao Márcio pelo convite, dizendo que momentos como esses ficam para sempre em nossos corações e as pessoas que conheci lá já fazem parte de minha vida.
Ahhh e preciso lembrar ao Barão que vou passar um mês lá na cozinha dele (rsrsrs).
Voltei iluminada, feliz e com mais conteúdo, pois esta troca sempre nos renova e nos traz idéias novas.
Peço desculpas pelo atraso dos meus textos, mas tenho corrido mais do que deveria. Amo este espaço que o Luiz me empresta e espero que entendam.

Paula Labaki

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