segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Que tal uma paeja?

Dá calafrios cada vez que ouço: "Paeja". E o pior é que de vez em quando vem da boca de bons amigos gourmets e gourmands, que já rodaram o suficiente para saber diferenciar a pronúncia espanhola da argentina.
Lembro-me de estarmos, certa vez, em um restaurante de Valencia e um amigo à mesa pedir "paeja" para o proprietário, um daqueles espanhóis fortes e turrões. Ele inflou o peito e começou a berrar algo como "se tu querer uma 'paeja' que siga para a Argentina, pois aqui o que temos é paella..." e mais alguns impropérios que seguiram.
A regrinha é simples. O "ll" tem pronúncia de J na Argentina e Uruguai, basicamente. Na Espanha e boa parte dos demais países sul-americanos o som é de algo próximo do "lhi" e aí se ouve "paêlhia" para o saboroso prato. Sempre que alguém me questiona ou põe dúvida, pergunto como ele pronunciaria Sevillha, que originalmente se escreve Sevilla. Jamais diria "Sevija", não é mesmo?
Mas por aqui ainda há quem imagine dominar as origens e as pronúncias e até anúncio em rádio tem de restaurante oferecendo "paejas" no almoço. Nesses eu me recuso a ir. Com esse sotaque o prato não deve ser grande coisa.
Mas ontem me deparei pela primeira vez com a pronúncia institucionalizada em texto. Foi numa churrascaria de Paranavaí (aliás, com serviço péssimo, embora – e talvez por isso – lotada), que nem sei por que razão misturava os sabores dessa forma em vez de se concentrar na carne. Na plaquinha ilustrativa do buffet, estava lá escrito para quem quisesse ver: Paeja.
Bem, pelo menos foram autênticos.
Se estava boa? Só passei perto para tirar a foto, nada mais.

2 comentários:

  1. Eu não cometeria esse erro. E também não comeria essa paeja. Lembrei do meu professor de espanhol no colégio, o prof Frigério. Dizia ele que minha pronúncia do idioma espanhol era muito boa. E foi assim, estudei dois anos de francês e dois anos de inglês no antigo ginásio e três anos de inglês no colegial. Então falo mal os tres idiomas.

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  2. Corrigindo, no colegial foram os três anos de Espanhol com o prof Frigério.

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