segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Traíra sem espinha. Eu comi


Jamais imaginaria. Por razões profissionais fui parar em Lagoa Santa, uma cidade que nem me passava pela cabeça existir. Está ali, colada ao Aeroporto de Confins, ao lado de Belo Horizonte. Como nossa atividade não era na capital mineira, mas sim para o outro lado, o hotel reservado era ali. E já me muni de inúmeros arquivos no pen drive, para preencher os possíveis momentos de isolamento no hotel quando não estivesse trabalhando.
Minhas suposições estavam erradas, felizmente. O hotel não era um daqueles no entorno do aeroporto, mas o principal da pequena Lagoa Santa, uma simpática cidade ao lado da própria lagoa – com uma pista de 7 km em sua volta para corridas ou caminhadas – belíssima paisagem durante o dia inteiro, mas especialmente ao nascer do sol.
E num daqueles cantos da lagoa, restaurantes e barzinhos, um ao lado do outro, oferecendo petiscos dos mais diversos a pratos consolidados, entre churrascos, pizzas e pratos de sotaque mineiro. Dentre eles, a "Traíra sem espinha" – e vários deles ali se orgulham de fazerem a melhor. Traíra é um peixe de água doce, mas não de água corrente. Cria-se em lagoas e marca por ter espinhos demais, dificultando o consumo de sua macia e saborosa carne. É de se imaginar que antigamente havia muita traíra naquela enorme lagoa e que a origem do prato possa ter vindo dali. Mas há tantas citações de origem, em cada recanto de Minas Gerais e até mesmo no interior de São Paulo que é melhor nem pensar em entrar nessa discussão.
E veio a tal traíra. Lamentei não estar com minha máquina fotográfica (jamais imaginaria haver possibilidade de interesse em alguma comida dali) e tirei a foto com o celular, daí ter ficado meio azulada. 
O peixe é delicioso, vem aberto, sem a espinha (mas sempre sobram alguns espinhos, bem poucos mas sobram) e empanado no fubá, acompanhado apenas de algumas rodelas de tomate e gomos de limão (tem o prato completo, mas pedimos a forma aperitivo). Perguntei para o garçom se a traíra era dali mesmo ou de alguma lagoa próxima (afinal, ali perto tem uma cidade chamada Sete Lagoas) e, para espanto geral da turma à mesa, disse vir de Manaus ou da Argentina. Coméquié?
Seja como for, fica a dica: "Traíra sem espinha" em Lagoa Santa. Vale a pena experimentar.

Um comentário:

  1. achei interesante mais se vc quer comer uma traira sem espinha maravilhosa vc tem q conhecer o restaurante do CIROLA em santos dumont MG a cidade e pequena mais facil d encontar o ponto d referencia e juiz de fora e um prato especial a traira vem acompanhada de pirao,bobo de camarao,arroz ao alho,e uma batata frita ao alho espacial vale apena conhecer

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