quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Comer bem também pode ser divertido


Drinques moleculares, que estouram na boca, para começar a noite.


O chef Fabio Mattos e o Bulgogi.
É tudo muito divertido. Cada prato ganha apresentação especial do chef, que explica seus “efeitos especiais” e a melhor maneira de digeri-lo. Mas não prendem apenas pelo inusitado da apresentação ou da textura. São também muito saborosos, o que garante uma noite de bom paladar e bom humor.

Mas ninguém imagina que tudo isso possa acontecer lá dentro. Primeiro, pelo nome do restaurante, Poco Tapas, que tem tudo para ser uma casa espanhola, não é certo? Pelo menos foi o que pensei de início, embora já tivesse lido que o chef transitava bem na área da cozinha molecular. O segundo ponto é a fachada, com letras escuras sobre a parede escura, passando praticamente despercebida a quem passa por aquele trecho da Avenida Vicente Machado. Não fosse um pequeno outdoor ao lado e seria praticamente impossível descobrir a existência de um restaurante funcionando ali naquele imóvel – os vidros das janelas são recobertos por película que não permitem visualizar o que acontece lá dentro.

Mas essa primeira impressão se desfaz já no contato de boas-vindas dos garçons e na apresentação do cardápio. Nada de espanhol, apenas a ideia de aproveitar a definição de “tapas” como oferta de porções e “poco” por serem razoavelmente pequenas, a permitir a escolha de várias delas durante a refeição – foi a explicação. O cardápio é bem diversificado e varia sempre, conforme a oferta de ingredientes no mercado. Na dúvida (e na melhor das opções, conforme se percebe depois), a recomendação é pedir o Menu Degustação (R$ 80), uma sequência de dez pratos (ou tapas, conforme a denominação da casa), desde o primeiro petisco de entrada até a sobremesa.

Para beber? A casa dispõe de uma curta e bem arranjada carta de vinhos (com rótulos exclusivos para Curitiba, clientes únicos que são de uma importadora paulista), mas a oferta da sangria é irresistível. A princípio não sou dos maiores apreciadores da bebida espanhola, sempre acho meio aguada e com as frutas sem sabor. Acontece isso quando é feita na hora, o que não ocorre com a sangria do Poco Tapas, que tem as frutas maceradas por mais de um dia no vinho cabernet sauvignon, com um toque de licor de laranja. O resultado é uma bebida muito saborosa, densa, não muito doce e que acompanha bem os pratos. O copo é grande e custa R$ 10.

Antes de vierem os pratos, um pãozinho, Pão de feijoada com molho pesto. E com gosto de feijoada mesmo. E dois drinques, escolhidos entre as propostas do dia. Drinques sólidos, ou quase isso, conforme explicou a garçonete. Um deles era o Martini de nutella com esferificação de licor de laranja, uma esfera contendo Curaçao blue dentro e que veio servida em uma colher sobre um pó de nutella. Na boa, pressionada, a esfera explode e os sabores se misturam. O outro drinque tem o mesmo princípio e se chama Shot baiano, uma esfera de licor de menta dentro de um copinho com água de coco e limão. Ambos deixaram boa impressão.

Para ler o post completo, com fotos e descrição de todos os pratos, clique no novo endereço do blog, aqui.

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