Crème brûlée de cebolas e especiarias, abrindo uma refeição de domingo preguiçoso. |
Pois foi assim outra vez, depois de algum tempo. E antes que alguém estrile com o que chamei de “gastronomia caseira”, a denominação tem a ver com o que é feito em casa e não necessariamente a qualificação do que se há de definir como um tipo de comida mais simples. Ou mais comum, para ser mais exato. É que uma vez, lá em Paris, postei sobre o prazer das coisas simples, feitas em casa, referindo-me às vieiras grelhadas que fizemos na ocasião. Teve gente que chiou e tive de explicar não haver nada mais simples do que esquentar uma chapa (ou panela) de ferro, passar um fio de azeite e grelhar as vieiras por 3 minutos de um lado, 2 do outro e pronto. Acho que consegui convencer o protestante.
Anacreon de Téos
As picanhas recém-saídas do forno, prontas para serem cortadas e servidas.
Anacreon de Téos
A Mousse de limão siciliano com coco queimado não ficou com a consistência ideal para ser cortada. Mas ficou saborosa.Já me apresso em explicar que o significado do prato não implica em ser necessariamente doce. Crème brûlée significa “creme queimado”, por causa do maçarico a queimar a superfície no momento de servir. Crème brûlée de cebolas e especiarias foi o escolhido, publicação original do site Cuisine AZ - Crème brulée aux oignons et aux épices -, ao qual já me referi aqui anteriormente como ótima fonte de inspiração. E de onde, aliás, também veio a receita da sobremesa que nos espera na geladeira.
Achei que a combinação de ingredientes poderia ser bem interessante e não errei. O sabor de uma cebola cozida é de primeira linha na culinária e aqui o creme ganha ainda a consistência das gemas e do creme de leite. Alguns minutinhos de forno e tudo resolvido.
O prato principal foi de uma apresentação recente da chef Carla Pernambuco (de quem sou fã declarado) numa das edições recentes de seu Brasil no Prato, no canal pago Bem Simples. Até para quebrar aquela pressão de que picanha só deve ser servida grelhada, na churrasqueira, o Rosbife de picanha gratinado foi um acho muito saboroso. Temperado apenas com sal comum e pimenta, é selada e vai ao forno por alguns poucos 25 minutos, com um molho de creme de leite, bacon, vinho branco, uvas-passas e parmesão. Na hora de fatiar, a carne está do jeito que tem de ser: rosadinha por dentro e supermacia. E o molho... hum!
O rosbife foi servido com um Arroz de pera que havia me encantado numa visita que fiz ao Carlota e que tive a oportunidade de registrar aqui no blog, no início do ano. Complemento adequado, correto, o melhor possível para completar o sabor da carne.
Começamos bebendo um branco português enquanto as coisas ainda estavam no agito da cozinha e passamos para duas agradáveis opções de Shiraz, bem harmonizadas para permitir um ótimo ajuste de sabores em nosso domingo especial.
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