domingo, 4 de março de 2012

E ô, e ô, o tamboril voltou!!!


Arroz de tamboril, prato de origem portuguesa executado com maestria pelo chef Alexandre Vicki.
Aviso aos navegantes (e cozinheiros e gourmets e gulosos): o tamboril voltou.
Xodó dos chefes de cozinha, esse peixe não é dos mais fáceis de ser encontrado no mercado brasileiro. Em Curitiba, especialmente, onde surge esporadicamente, na maioria das vezes por encomenda.
Pois agora não é que o tamboril está de volta? E veio para ficar, conforme me garantiu o Paulo Mozer, da Pescados Keli Mozer, no Mercado Municipal, que me disse ter uma boa surpresa para me mostrar. Foi lá dentro e trouxe da geladeira alguns filés de tamboril. E eu, que tinha ido apenas comprar um s camarões para o prato principal e umas tilápias para um ceviche, arrematei todos os filés de tamboril disponíveis. E me deu uma vontade imensa de ligar para os meus amigos chefs, que tanto gostariam de saber da novidade, para fazer inveja. Mas aí seria maldade demais de minha parte.
Tamboril? – pergunta você. Quase ninguém por aqui ouviu falar. Como peixe-sapo alguns dos litoral conhecem, mas desprezam. Talvez pela feiúra, talvez por desconhecer o processo de preparação.
Tamboril? Pergunte para um português e sinta a reação imediata de água na boca. É um dos principais pescados dos que vão à mesa daquele país. E que ganha outros nomes conforme o idioma, mas está sempre presente na galeria de primeira linha da gastronomia: rape (Espanha), lotte (França) monkfish (Inglaterra e EUA) e rana pescatrice (Itália), só para citar alguns.
O tamboril (Lophius gastrophysus) também habita nossos mares. É peixe de águas profundas, que pode ser encontrado no litoral brasileiro entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. E que só é pescado para exportação, pois nem tem como chegar à nossa mesa. Quer dizer, não tinha, pois agora pode ser regularmente encontrado em Curitiba. A primeira incursão de que me lembro foi através de uma casa de peixes congelados que funcionou no Batel no início da década passada. Chamava-se “Sabor do Mar” e apresentou o tamboril ao paladar curitibano. Desde o lombo, as postas, até a saborosa carne das bochechas, sua parte mais nobre. É uma carne de consistência firme, que lembra em quase tudo a da lagosta. Com o fechamento da tal loja, a distribuidora Leardini deixou de acondicionar e de vender o peixe, que aparecia por aqui muito de vez em quando, desprezado no fundo de caixas de outros espécimes e quase sempre doado para a refeição dos funcionários. Por um curto período foi encontrado congelado nas lojas do Mercadorama, mas durou pouco.
E aí ficamos esse tempo todo na vontade. Até agora, quando os simpáticos filés arredondados me foram entregues pelo Paulo Mozer. 
Leia o post completo, com todas a receitas, no outro endereço do blog, no site do jornal Gazeta do Povo, clicando aqui.  

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