domingo, 11 de março de 2012

A diferença que faz um verdadeiro haddock

Haddock ao molho alho doce, com arroz selvagem e aspargos verdes.
Haddock... só quem experimenta sabe a diferença.
Nos velhos tempos de Curitiba era possível encomendar na Casa Sulina, do Mercado Municipal, onde também se conseguia outra raridade: cogumelos. Sim, esse onipresente cogumelo paris, que hoje praticamente é cultivado em nossos quintais só chegava sob encomenda. De 15 dias.
O haddock até que tinha mais fácil. Era bem mais caro e talvez não de muita saída. O casal de alemães (quem se lembra os nomes deles?) ainda oferecia algumas receitas para a execução de alguns pratos. Algumas delas guardo aqui até hoje, datilografadas e, é claro, muito saborosas.
De uns tempos para cá o haddock rareou no mercado. O legítimo, escocês, era encontrado com muita dificuldade por aqui. Na dúvida, seria possível conseguir com uma chegada a São Paulo, na Casa Santa Luzia. Mas para o dia a dia daqui, nadinha.
Havia o atenuante da Damm, que produz alguns bons defumados e também põe no mercado alguns tipos de peixe “tipo” haddock (surubim, bacalhau...), mas, pelo que se sabe, não o verdadeiro. Com bons resultados, até que se prove (ou rememore) o verdadeiro escocês. Aí é pedir para sair da frente, tamanha a diferença de textura e sabor.
Cheguei exultante em casa com uma peça do verdadeiro haddock, já dando vazão a ideias mirabolantes. Mas era meio de semana, muito pique de trabalho, alguns outros compromissos e sem chance de cozinhar. Veio a oportunidade nesse sábado e fui atrás de algumas receitas. Já fiz haddock algumas vezes, mas tenho a mania (cacoete, toque, sei lá o quê) de não repetir as mesmas execuções. Achei algumas receitas interessantes justamente no site da Damm, de onde tirei também a sugestão para a entrada, com o salmão defumado que eles produzem.
Muito interessante a combinação do salmão com o morango e a mistura do cream cheese com o wasabi. Como o wasabi que tenho aqui é bem mais japonês, diminui em 1/3 a quantidade em relação à original da receita e mesmo assim ficou bem picante. Mas delicioso.
E como iria morango na combinação da entrada, apenas algumas pétalas, buscamos aqui por uma sobremesa com os morangos restantes, chegando ao suave e refrescante musse que fechou a refeição.
Em relação ao haddock, apenas algumas considerações. Achei que poderia ter reduzido um pouco mais o molho, mas, por mais que tentasse, não consegui dar a consistência de espuma como resultado final (tem uma foto lá no site da Damm). Por isso troquei a apresentação do prato, pois parece que ainda não consegui me acertar com espumas, pelo menos da forma como elas se apresentam para serem concebidas.
Tirando isso, ficou ótimo de sabor, pois haddock é haddock e não aceita imitações. O D’jo da entrada (juro não saber o que significa isso) também ficou muito bom e a sobremesa é básica, sem comprometer, apenas um bom fecho para isso tudo.
Para acompanhar, um consistente chardonnay, ligeiramente amadeirado, um Don Nicanor 2008. Deu tudo certo. 
{Ah, enquanto me lembro. É possível encontrar o legítimo haddock escocês na Queijos & Vinhos do Mercado Municipal, a R$ 139 o kg. Avenida Sete de Setembro, 1865 box 276/277 - Centro - Mercado Municipal. Fone: (41) 3264-9982.}
Para ter acesso às receitas e a mais ilustrações, vá ao novo endereço do blog, clicando aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário