Panna cotta al gorgonzola naturale con pomodori arrosto, a entrada deliciosa. |
Tínhamos até pensado em almoçar fora. Mas daí bate a preguiça, a neura pela possibilidade de encontrar uma fila pela frente na porta do restaurante e algumas outras justificativas que nos fazem ficar em casa. Além do prazer de cozinhar, que – como acho já ter dito aqui – funciona como uma agradável terapia.
Tínhamos meio coelho no freezer e esse era mote principal. Sim, meio coelho, pois como agora somos apenas dois em casa, nossas compras são minimalistas. Meio coelho já sobra, imagine um inteiro. Então peço para o açougueiro serrar a peça congelada ao meio e cada metade é consumida de uma vez.
Coelho seria o prato principal, restaria saber de que forma. Tinha algumas receitas não executadas dentre as arquivadas por aqui. Porque sempre que fuço na internet e algo me interessa, salvo e fico à espera de uma oportunidade de aproveitar. Havia pelo menos umas cinco de coelho no arquivo, mas uma delas me trouxe mais apelo: Rabbit & Sage Fricassee, por Majorie Kyle, de uns quatro ou cinco anos atrás. Coelho, sálvia e creme, combinação leve e interessante.
A entrada do almoço domingueiro surgiu meio sem querer, fuçando algumas dicas do pessoal da gastronomia no twitter. Alguém se referiu a uma receita da Sílvia Percussi, chef e proprietária (junto com o irmão, Lamberto) da Vinheria Percussi, em São Paulo. Sou fã dela, acho que cozinha muito bem e já fiz aqui algumas de suas criações, principalmente com cogumelos, dos dois livros que já lançou. Quando possível apareço por lá, desde que fui pela primeira vez, em 2000, e trouxe o Prato da Boa Lembrança para o Maiale al Balsâmico.
A receita era bem interessante, uma panna cotta salgada. Panna cotta, como se sabe, é aquela sobremesa italiana do Piemonte à base de creme de leite cozido e uma calda de frutas. Silvia sugeriu uma salgada e postou a receita em seu blog. Anotado e copiado, claro, que o que é bom tem de se registrar. Aí, explorando o blog (dela e do irmão), encontrei outras boas receitas, incluindo a da sobremesa, também de sotaque italiano, a torta de limão siciliano. E fazer torta de limão por aqui é sempre uma grande responsabilidade, pois trata-se de uma das obras-primas da Graça. Essa era um pouco diferente. Em vez de suspiro, nata batida. E alguns zests da casca do limão (acho até que pus meio demais, mas segui a receita, como sempre faço quando é a primeira vez). Não encontrei o biscoito de gengibre e fiz a massa com a bolacha comum, com um pouco de gengibre em pó. Ficou meio farinhento, na próxima prometo melhorar.
Para acompanhar o almoço, um agradável vinho rosé de Bordeaux, que é novidade no portfólio da Porto a Porto, o Chateau Reynon 2010. Uma delícia, com perfeita harmonização tanto com a entrada quanto com a delicada apresentação do coelho.
Foi um ótimo domingo, não foi?
Para ver as receitas e as ilustrações do prato, entre no novo endereço do blog, clicando aqui.
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