Moqueca capixaba de peixe e camarão - o almoço de domingo. |
Mas, fosse lá como fosse, os ingredientes estavam comprados, as pessoas confirmadas e lidar na cozinha seria uma boa maneira de descarregar tensões. E, sendo assim, lá fomos nós, Maria Victória (sobrinha e auxiliar direta desde os nove anos de idade, hoje, aos 15, cozinheira de mão cheia) para a lida.
A ideia seria abrir a refeição com uma entrada de siri, mas a correria da véspera no entra-e-sai da burocracia hospitalar interrompeu a programação de compras. Ficamos com uma boa salada de folhas (não sem o protesto de Victória, boa gourmet e apreciadora das refeições completas).
Para o prato principal, Moqueca capixaba. Já havia feito algumas vezes, mas agora vi uma receita (do Restaurante São Pedro, de Vitória) que combinava peixe e camarão e foi a que decidimos fazer. Interessante, ficou mesmo muito saborosa e segui na íntegra o que estava determinado, mesmo achando que o camarão poderia perder a consistência pelo tempo de cozimento. Perdeu mesmo. Nada comprometedor, mas prefiro com aquela crocância que apresenta ao cozimento rápido. Da próxima vez talvez leve-os crus para a finalização na panela.
Mas, de uma forma geral, a moqueca foi um sucesso – acompanhada de um sauvignon blanc chileno. Servimos com um pirão feito com a cabeça do peixe, reduzindo o caldo com as carnes soltas dos ossos de da cartilagem, engrossando com farinha de milho (sim, de milho, o que é um sotaque bem paranaense, com profundas e sentimentais ligações familiares). Ficou uma delícia, mas aí bobeamos e não fotografamos.
Assim como deixamos passar em branco a sobremesa que a Victória fez: Morangos flambados com nata. Imperdoável a falta de registro. Manteiga e açúcar derretidos na frigideira até ficarem levemente queimados, daí morangos despejados, mexendo até que amoleçam e soltem a calda. Coisa de 10 minutos, se tanto. Daí é só derramar conhaque, inclinar a frigideira e deixar que a chama tome conta do pedaço. Cuidado com o filtro do exaustor, acima do fogão. Conforme o ímpeto do fogo, costuma chamuscar e derreter.
E assim se foi o domingo, que se tornou bem mais leve pelo paladar satisfeito, complementando as boas notícias.
Moqueca capixaba
Com base em receita de Ruth Alves da Silva, do restaurante São Pedro, em Vitória (ES)
Ingredientes:
Peixe
1,8 kg de badejo em postas (pode ser substituído por robalo, garoupa ou namorado – usei pescada amarela)
50 ml de óleo de oliva
3 dentes de alho picados
5 tomates cortados em cubos
3 cebolas cortadas em cubos
1 macinho de coentro picado
30 ml de óleo de urucum
Suco de limão a gosto
Sal a gosto
Camarões
1 kg de camarões frescos e limpos
30 ml de óleo de oliva
2 cebolas cortadas em cubos
3 tomates cortados em cubos
1 macinho de coentro picado
1 colher (sobremesa) de óleo de urucum
Sal a gosto
Modo de fazer o óleo de urucum
Ferva 3 colheres (sopa) de sementes de urucum com 6 colheres (sopa) de óleo. Quando o urucum passar a tinta para o óleo, coe e utilize. Cuide para não queimar.
Modo de fazer o peixe
Tempere as postas de peixe com sal e limão.
Em uma panela de barro, aqueça o óleo de oliva e doure levemente o alho.
Forre a panela com metade do tomate e da cebola. Coloque o peixe delicadamente e distribua por cima o tomate e a cebola que sobraram.
Junte o óleo de urucum e o coentro.
Deixe ferver, acrescente algumas gotas de limão e ajuste o sal. Não vire as postas e cozinhe com a panela tampada, por uns 20 minutos, mexendo a panela de fez em quando, para o peixe não pegar no fundo.
Modo de fazer os camarões
Em uma panela de barro, aqueça o óleo de oliva e doure as cebolas. Junte os tomates, depois os camarões e o coentro. Distribua o urucum, tempere com sal e cozinhe por mais alguns minutos.
Finalização
Quando o peixe estiver pronto, distribua em cima os camarões e dê uma última fervura, sem mexer.
Rendimento: 6 porções.
É sempre mto bom acompanhar tuas aventuras na cozinha!
ResponderExcluirBeijas!
Valeu, Li. Fico orgulhoso em tê-la sempre por aqui.
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