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A sopa de abóbora do camarões ficou verde, parecendo de ervilhas. Quem explica? |
A cozinha prega algumas peças na gente. Nem tudo dá certo, pelo menos do
jeito que se espera. E o que parece ser tão simples nem sempre fica
parecido com aquele apetitosa foto inspiradora do prato a ser executado.
Verdade que quando a foto é profissional o que vale é o visual e nem
tanto o sabor ou a textura. Que o digam os fotógrafos profissionais, que
preparam o material visual para publicações especializadas (na maioria
dos casos os pratos estão frios, para que a fumaça não interfira na
imagem).
Já fizemos muitos pratos que nem parecidos ficaram com
os originais. Mesmo porque a maioria dos chefs publica suas receitas
sem os detalhes que utiliza para a finalização. E aí, quando alguém se
presta a reproduzir a receita, nota que nem tudo que foi dito está ali
detalhado.
Divulgação
A sopa original da chef (servida em minimorangas), para se ter uma ideia da cor que deveria ter ficado.
Mas um prato mudar de cor não é para qualquer dia, para
qualquer um. Foi o que aconteceu aqui. Tinha guardado em arquivo uma
apetitosa receita de Sopa de abóbora e camarões, publicada tempos atrás
pela chef Daniela Prosdócimo Caldeira, do
La Table Gastronomie. Sem nenhum segredo, a princípio. Utilizava abóbora moranga, banana e cenoura e ficava naquele lindo tom alaranjado. Normal. Mas
não foi nada assim que aconteceu. Mal começamos a cozinhar e, à medida
que o tempo ia passando, o molho foi ficando com matiz azulada.
Lembrou-me aquele “peixe azul”, servido no litoral do Sudeste, que ganha
essa cor por conta da casca da banana verde que vai entre os
ingredientes. Mas nossa banana não estava verde nem tinha casca. Poderia
ser uma reação química com a panela de ferro que utilizei? Quem sabe?
O
passo seguinte seria bater tudo no liquidificador e imaginei que aí
mudaria de cor, pois soltaria o amarelo da moranga e da cenoura.
Acertei, mudou mesmo de cor. Mas ficou verde (a gente aprende desde
pequeno que misturando azul com amarelo dá verde, não é?), com um jeitão
de sopa de ervilhas.
Ainda bem que de sabor ficou bom, talvez
não o ideal, pois achei não estar a moranga tão madura como deveria. Mas
como saber se ela só é vendida inteira?
Era a entrada do jantar, que teve como prato principal uns filés de
tilápia bem simples e tão saboroso quanto. Vão à forma, cercados por
rodelas de tomate e cebolas e cobertos por uma camada de purê de batatas
cremoso. Tudo finalizado no grill do forno, com queijo parmesão para
gratinar. Uma delícia!
No balanço geral, um jantar saboroso, acompanhado de um vinho branco regional alentejano. Mas a tal da sopa verde...
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