Luciano Mitiharu Kawano, o sushiman chefe do Restaurante Kan. |
Quem me acompanha aqui sabe o quanto eu gosto de novidades, de surpresas à mesa. Quanto mais conseguir sair do óbvio, do esperado, mais emoção e expectativa no paladar. Não é uma regra, é claro, pois de vez em quando a cozinha tradicional fala mais alto e mexe com nossas estruturas. Mas que o inesperado é excitante, isso é.
Em restaurantes japoneses, por exemplo, não consigo me contentar com os combinados de sempre ou a combinação dos pratos quentes que fazem a raiz do cardápio. Sempre que possível prefiro me sentar defronte ao balcão, acompanhando de perto o trabalho dos sushimen. E ali me entrego a criatividade de quem está ali, do outro lado. Menu confiança – e bota confiança nisso.
Fui com esse espírito ao Kan, para apreciar a arte do sushiman-chefe Luciano Mitiharu Kawano e de seus auxiliares. E atendendo a uma sugestão da casa, substitui o saquê de sempre por um interessante vinho branco argentino, o Oroya (tempranillo & pinot noir), já apontado no rótulo da garrafa como especial para acompanhar sushis. Era mesmo, bem aromático, frutado e com baixa acidez.
De boas vindas, como de praxe, um petisco. Uma Casquinha de peixe – pedaços de peixe cozidos em molho cremoso e servidos dentro de uma casquinha de massa comestível.
Podemos começar? Sim, claro, respondi de pronto ao sushiman assim que foi servido o vinho. E já de pronto uma surpresa, no avanço além das linhas orientais. O que eu achei que era um ceviche era, na realidade, um ceviche. “Ceviche falsificado” – disse Luciano. Preferi outra denominação: livre interpretação de ceviche. Eram pequenos pedaços de peixe branco (robalo) e polvo marinados no limão e acompanhados de tiras de cebola roxa, salsinha picada e tomates-cereja cortados ao meio. Puro sotaque sul-americano no balcão japonês.
Veja todos os pratos com ilustrações e mais detalhes sobre o Kan no novo endereço do blog, clicando aqui.
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